segunda-feira, 3 de março de 2014

VI ENCONTRO DE CAPOEIRA MAC / ZUNGU

Na manhã de sábado a maratona de capoeira prevista, iniciou-se cedo. Dois workshops seguidos: das 8h as 9h30 para alunos iniciantes e das 9h30 as 11h00 para os alunos avançados em seguida roda aberta de capoeira até 12h30.

Apesar de um ritmo frenético e muitos interessados o tempo passou rápido, e quando o tempo parece passar mais rápido é porque foi proveitoso e rendeu-se o esperado.


As crianças e jovens timorenses têm uma facilidade muito grande para a capoeira e a evolução é constante em tempo integral e notório para quem os visita uma ou duas vezes ao ano. Povo de habilidades corporais e musicais que se torna ainda mais fácil de trabalhar devido a língua. Falam o português e entendem bem cada detalhe da explicação, absorvendo ainda melhor o ensinamento.


Após o intervalo do almoço retornamos a fundação Oriente, colaboradora do evento no qual nos cedeu o belo espaço para a realização do encontro para preparar os materiais: camisetas, cordas, bateria e outros.


Uma história curiosa deste espaço, é que a casa onde a fundação Oriente têm sua sede em Dili, foi um local histórico de grande importância para o povo timorense. Ali residiu uma família que lutou muito contra a resistência indonésia, sendo que a casa foi invadida e o líder da família foi executado no local junto à sua família. No jardim tivemos acesso ao "fundo escondido" da casa, preservado como ambiente sagrado, mas sem acesso a qualquer pessoa. A presidente da fundação nos concedeu o acesso para visitar a vala onde muitos guerreiros timorenses foram jogados e escondidos após suas execuções. De arrepiar!


Refletindo um pouco depois disso aquele era o lugar perfeito pra o evento este ano! A capoeira, uma luta de resistência contra a escravidão em sintonia com aqueles que se foram lutando pela liberdade do Timor Leste. Uma homenagem perfeito dos antepassados afro brasileiros aos guerreiros timorenses que lutaram pela liberdade de sua nação!


Depois de tanta inspiração ficou fácil realizar o evento que aconteceu da seguinte forma: Na abertura apresentações de danças locais. Em seguida uma linda performance apresentando o nosso Maculelê e para fechar as apresentações, música ao vivo. Tudo isso dirigido e executado pelas crianças e jovens do grupo. Artistas natos!



Iniciamos a entrega de cordas e o batizado de capoeira já escurecendo e nem mesmo a falta de luz estragou a festa. Uma pequena luz de emergência foi instalada atrás da bateria e assim as aproximadamente quarenta (40) crianças puderam receber a sua nova corda. Um final cansativo mais muito satisfatório e animado com o nosso samba de roda que o povo timorense faz tão bem. Durante o dia a Pollyana fez um belo trabalho com as meninas e o resultado foi apresentado no fechamento... Samba Brasil / Timor!


E para fechar a noite, outra surpresa: Da mesma forma que na noite anterior que fomos jantar na casa da Suzete a convite de sua família, desta vez fomos levados para jantar na casa da querida Avelina que mesmo do Brasil (Goiânia) organizou com os jovens e sua família um caloroso jantar para nós. Gratidão sem tamanho... meninas de ouro!


Nem é preciso dizer que o retorno para o hotel resultou em um banho e cama!

Assim é o Timor! Alegria, gratidão e amor!

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